Parágrafo sobre o livro "Filosofia da Caixa Preta"
No livro "Filosofia da Caixa Preta", Vilém Flusser reflete sobre a relação entre o ser humano e a câmera fotográfica, à qual ele se refere como "Caixa Preta". Ela surgiu perante a conjuntura de transição da expressão escrita para a visual e, ao invés de solucionar os problemas do contexto anterior, gerou alienação: apesar de a humanidade ter criado a máquina em pauta, seu funcionamento é por muitos desconhecido, logo ela acaba por assumir o controle sobre as pessoas, que se rendem a seu programa. Outro ponto por ele ressaltado é a banalização da fotografia, visto que ela não mais aborda conceitos e reflexões, mas sim imagens sem profundidade repetidas de forma mecânica. Embora escrita em 1984, essa ideia pode ser facilmente aplicada à atualidade, durante a qual há a cultura de valorização do registro em detrimento das vivências, isso é, filmagens e posteriores postagens em redes sociais, executadas por aparelhos, assumem o protagonismo. Conclui-se, por fim, que Flusser utilizou o exemplo da "Caixa Preta" para tratar de uma temática recorrente em seus textos: a dependência humana em relação à máquina, cada vez mais recorrente.
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